segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Até a pilha tem dois pólos

É muita dualidade nessa vida, né não?

A gente recebe cartão de aniversário onde quase sempre está escrito:
"Continue sendo essa pessoa maravilhosa que você é!"
E aí, a gente acorda de manhã e sai pra vida, e lá fora a gente escuta:
"É melhor você mudar isso. A gente tem que se reinventar todos os dias."

Devo mudar ou não?

Você vai dormir toda noite rezando pra que o mundo se cure, e acorda com um noticiário incrível relatando toda a tragédia da madrugada, que em tese, serviria para a cura do planeta.

Torcemos pra termos saúde, dinheiro e amor, mas somos infalíveis ao recitar diversos mantras diários quando nos perguntam sobre essas coisas:
"É, a coisa não tá fácil, a grana tá curta."
"Tô super gripado... desde de janeiro."
"Quando as coisas melhorarem..."

Uma coisa é fato, o que chega pra nós é o que a gente propaga. Por isso, sempre tenho dinheiro e saúde, mesmo consultando o gerente do banco ou o clínico geral vez ou outra.

Coisas fantásticas são feitas todos os dias, e no entanto não sabemos quase nada sobre elas.
Aprender é importante, mas pagar as contas é muito mais. É bom ter foco.

Um país usa armas químicas e o outro quer mostrar que não é assim que se faz e pra isso eles planejam um ataque. Como?

Tem a esquerda e a direita. O preto e o branco. Eu e você: isso já é dualidade suficiente.
Em que momento a gente aprendeu a reconhecer os opostos? E em que momento a gente aprendeu a achar que eles são iguais?

A gente tem cachorro e come vaca. Samba e reclama do país. Compra e não tem dinheiro pra pagar sem se vender. A esperança é a última que morre, e a paciência é a primeira.

As vezes fico na dúvida se isso tudo é um duelo ou uma dualidade.

A vida é um pastel sabor romeu e julieta, e quase sempre a garçonete entende seu pedido errado e acaba trazendo só o romeu ou só a julieta. Pra felicidade das famílias, estão enfim separados.