quarta-feira, 26 de junho de 2013

Quais são as palavras que nunca são ditas?

Hoje quando acordei, tive uma surpresa. Fui ao banheiro escovar os dentes e quando olho, o Renato Russo tava preparando o café da manhã pra mim!! Era muito cedo.

Eu posso estar sozinha, mas eu sei muito bem aonde estou...

Aí eu pensei: Gente, será só imaginação? Às vezes, o que eu vejo, quase ninguém vê.
Ele então me respondeu: Só apareço, por assim dizer... quando convém aparecer, ou quando quero.

Bom, pensei comigo, quem me dera ao menos uma vez acordar e ter o café pronto. Devo tá sonhando.

Engrenamos num papo maluco entre goles de café, um papo sobre coisas da vida, sobre como anda a política, a vida dele, a minha. Sobre Deus. Sobre quem somos nós. Percebi que a gente falava demais por não ter nada a dizer.

Eu, numa tentativa de me desvendar, falei sobre as minhas ideias e tentei entender como um só Deus ao mesmo tempo é três! Como?

Pra ele, isso é muito intuitivo. Minha pergunta soa com uma estranheza profunda.
Ele só soube me dizer: O mundo anda tão complicado...

Eu não sei, estou com medo, tive um pesadelo - respondi! Antes eu sonhava, agora já não durmo.
Tenho descoberto que sou um animal sentimental. E isso nem sempre é bem visto, Renato.
O que ninguém percebe é o que todo mundo sabe! Tava mais maluca que ele.

O papo era daqueles onde todo mundo sabe do que tá falando, mas tem dúvida sobre o que.
Do nada, ele me solta: E de pensar nisso tudo, eu, homem feito tive medo e não consegui dormir.

Perguntei: Você também tem sofrido de insônia? Anda sonhando nas poucas horas que dorme pelo menos? Eu não mais...

- Querida, os sonhos vêm... e os sonhos vão. O resto é imperfeito...

Pensei comigo: Do que será que a gente tá falando?

Vamos começar de novo: Falávamos de um por todos, todos por um!
Até bem pouco tempo atrás, poderíamos mudar o mundo, quem roubou nossa coragem?

Ele disse:
Ter carro do ano, TV a cores, pagar imposto, ter pistolão...
Ter filho na escola, férias na Europa, conta bancária, comprar feijão...
Ser responsável, cristão convicto, cidadão modelo, burguês padrão...
Tudo isso passou a ser mais importante, querida.

Mas esse papo não era mesmo pra encontrar respostas. Era pra fazer perguntas. E as fiz.

Terminei meu café.
Resolvi então voltar um pouquinho mais pra cama:
- Tchau Renato, vou tentar reaver a noite em claro... pra tentar acreditar que o mundo é perfeito, que todas as pessoas são felizes...

Quando eu acordei de novo, ele já tinha ido embora. Isso era por volta das 25:10h.


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