sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Céu de brigadeiro

Isso é sobre ajudar as pessoas e a si mesmo.

Até bem pouco tempo atrás, pensava que manifestar ao mundo que eu estava ajudando alguém de alguma forma, era algo horrível.

Acho que é porque em algum lugar na Bíblia diz que se você ajuda o próximo, não deve sair por aí falando. Concordo em partes. Algo em mim diz que se você alardear e usar suas doações e caridades apenas como uma espada para ferir o outro, pra mostrar a ele o quanto você é bom e o quanto ele não faz nada em prol da humanidade - que isso é ruim. Algo me diz que não deve ser assim.

Mas passei a enxergar as coisas de forma diferente de uns tempos pra cá, de uns dias pra cá.
Vejo no mundo, em alguns lugares, tanta falta de fé e esperança que talvez um dos nossos papéis na vida seja mostrar ao outro, através do nosso amor e gratidão, o quanto é fácil, bom e divertido ajudar a quem precisa. Então, seguindo por aí, penso que o outro, o reflexo de quem somos, só precise ser contagiado com essa energia, com essa vibração, e antes do Natal.

Então, porque não falar da ajuda que podemos dar? Porque fazer disso algo velado, quando tantas maldades por aí são descadaramente projetadas na nossa frente todos os dias?
Porque esconder que em nossa essência temos muitas coisas boas?
Porque não mostrar que podemos nos ajudar? Que podemos criar uma energia circulante positiva se todos nos ajudarmos simultaneamente?

Nessa semana, quando voltava do RJ, fiquei observando todas aquelas pequenas luzes lá embaixo, através da janela do avião. Não sei o que me abateu, mas por alguns instantes me senti feliz por não estar lá embaixo, por não ser mais uma luzinha. Não estando lá embaixo, eu podia enxergar com total clareza, que não, eu não tenho problemas, e que eu devo ser grata.

Considero problemas, coisas que consigo resolver, e se consigo resolve-los de alguma forma, eles então, não são mais problemas. Coisas para as quais não tenho a solução ou não estou preparada para resolver, para lidar - não são problemas - são situações com as quais precisarei conviver. Precisarei aprender a contorna-las, de preferência sem borrar o desenho. Usando a canetinha mágica que Deus me deu.

Voltando ao avião, pensei que me afastar das minhas "encucações", mesmo que por 50 minutos, poderia de alguma forma me libertar pra ver o outro. Lá embaixo. O outro que é parte de mim, porque vivemos num mesmo Universo. Era como se meus olhos tivessem sido descobertos, e meus ouvidos destampados - silenciei e ouvi (inclusive por falta de ter com que falar naquela hora).
Ouvi e vi, que talvez a Maria, o José, a Ana, o Pedro, e todas as outras luzinhas lá debaixo, poderiam de alguma forma receber meu amor e ajuda. E que talvez, se essas luzinhas tivessem a oportunidade de sobrevoar as outras luzes, pensariam também que seus problemas - ah, que problemas? - eles podem ser resolvidos, ou que são menores do que pensam. A lupa do olhar estaria mais distante... e o problema menor.

Tenho acreditado que ajudar o outro é uma grande forma de ajudar a si mesmo. A energia circulante, gira por aí como numa pintura de Van Gogh e volta pra você. Foi isso que eu vi lá de cima...


Vi do avião, que cada luzinha merece estar exatamente onde está. E pensei que eu talvez devesse descobrir alguma forma de chegar a cada uma.
Se tem uma linguagem ou algo que todo mundo aceita, é o amor.

Lá de cima, eu só queria ajudar. Só queria descer dali pra isso, não pra desembarcar.
Chico Xavier disse pra mim: Você nem sempre terás o que desejas, mas enquanto estiveres ajudando aos outros, encontrarás os recursos de que precisa.

E nem todos os recursos são financeiros. A maioria não é. As vezes, vale abrir mão de quem somos, pra nos tornarmos quem realmente devemos ser. Abrir a escuta, o coração e doar meu amor, tem sido um exercício diário. Você não acreditaria se imaginasse o quanto me esforço nesse caminho, porque sei que tenho que ajudar o outro a tempo. A tempo de ele ainda precisar, a tempo de ele querer, a tempo de ele se curar, a tempo de ele ajudar alguém.

E acho agora, que tudo que envolve uma doação sincera e verdadeira de amor, deve sim ser compartilhado, espalhado e espelhado. Porque isso muda o mundo. Porque nós somos feitos de açúcar. E não é a toa. É pra voar por aí.

Um comentário:

  1. Filha querida, cada um que leio é como se fizesse acordar para muitas coisas. Sei que reclamo das coisas sem motivos aparentes, mas sou humana e sempre pensamos que "o problema" é grande, e as vezes ele só existe na minha cabeça.
    Lendo isso parei para pensar mais nas coisas que vem acontecendo e vou tentar também mudar pelo menos por dentro de mim mesma.
    Obrigada por dar esse tapa com luvas de pelica...por isso amo tanto vc.
    Bjs, mamis

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