Que me interesso pelo banal, não há dúvidas.
Li a frase acima numa dessas matérias da internet, onde anunciam o término de
um namoro de atores famosos – que já namoravam há, digamos, um ou dois anos.
Caramba.
Já pensou se sempre que você tivesse que
terminar uma relação, seu assessor se encarregasse de informar a todos através
de uma matéria num portal da internet? Seria bem prático, evitaria as perguntas
nos almoços de família ou na roda de amigos, além de evitar gafes como: E o
José tá bem? – Não sei, não tô mais com ele.
Mas tiraria a autoria... mesmo que não tenha
sido sua a iniciativa, a relação é autoral.
Duas coisas me deixam incomodada na frase da
internet, uma é que ela é padrão. Já vi diversas vezes essa mesma frase em
rompimentos diferentes.
A segunda é que ela não pode ser verdadeira,
por vários motivos. Não acredito que o término possa se dar de ‘forma
amigável’. Términos dilaceram, términos destroem o que há de mais sagrado e
divino em cada um. Rasgam as certezas, incendeiam as verdades. Términos colocam
os romanos pra lutar, sem que você tenha o seu exército pronto pra te defender.
Você volta ao passado sem precisar de uma
máquina do tempo, e revive mil vezes cada primeiro ‘olá’, em cada dia, na
tentativa de fazê-lo melhor. Não pra você, mas pro outro.
E se com isso não consegue mudar o passado,
parabéns, você acabou de perder o presente, e seu futuro não está garantido.
Não acho possível acordar, virar para o lado,
encontrar outro olhar e dizer amigavelmente: Acho que devemos terminar...
Colocar um freio nisso tudo – e o outro dizer: sabe que eu tava pensando a
mesma coisa?!
Mãe, hoje vou almoçar e talvez dormir na sua
casa, porque amigavelmente me separei da Lu!
Ele ou ela podem não ser o amor da sua vida,
mas terminar é o deserto.
E que história é essa de ‘desgaste natural’? Já
ouvi falar disso quando se compra um carro ou um eletroeletrônico, mas sobre
relações, nunca. O natural é amar, não desgastar. O natural é
cuidar, e não deixar que o tempo te fale quais são as regras.
Se cada vez que ele abrisse a porta de casa,
você se jogasse no pescoço dele, fazendo-o derrubar as compras, casaco e guarda-chuva
no chão, talvez não houvesse desgaste.
Se cada vez que ele quisesse dormir você o
perturbasse com ideias idiotas e piadas sem graça, talvez o natural passasse a
ser o resgate, e não o desgaste.
Um término não pode ser amigável, e um
desgaste não pode ser natural. Não quando se acredita que dá pra fazer uma
melhor versão de você mesma, todos os dias.
Muito perspicaz e real esse seu comentário sobre um "desgaste natural da relação", pois pra mim isso não existe.
ResponderExcluirQuando um relacionamento termina é um sofrimento só...
Acabo de sair de um relacionamento de 6 anos e está sendo insuportável!
Mas eu não seria capaz de colocar em palavras tudo isso, da forma que voce colocou.
A indicação foi de uma amiga.
Vou acompanhar seu blog de agora em diante.
PARABÉNS.
Postei seu link no face... e foi assim que comentei... Adorei!
ResponderExcluirEssa menina escreve bem demais... e fala do que rola dentro dela... que é tão interessante..
Para quem vai na dança das sextas, ela é aquela mocinha alta que mexe os ombros de um jeito muito lindinho (embora eu adore todos os jeitos de mover ou não os ombros - especialmente porque os meus ainda não aprenderam a se movimentar) e o namorado/ marido dela é um fofo que fica sentado mexendo no celular e eu costumo levar a roda para passar na frente dele só para brincar com ele...
Obrigada 'Anônimo' pelos elogios e por compartilhar sua história comigo!!
ResponderExcluirAdorei! Parabéns!
ExcluirObrigada Zu!! Que bom que leu e adorou! rsr
ExcluirAdorei você ter lido tbm!