quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Pegou o guarda-chuva?

Mandei um texto que tinha escrito para um amigo, e ele começou o email de resposta assim:
“Você parece que esta na linha entre realidade e imaginação. Como se vc estivesse a ponto ou preparada pra sair voando no seu guarda-chuva rsrs ...”
Quando li, fiquei congelada, e reli. Como com tão poucas palavras ele me fez visualizar uma cena tão bonita? Me fez lembrar o filme da Mary Poppins!
Gosto de estar entre a realidade e a imaginação. Tem alguém que não gosta? Se tiver, me avise que não quero conhecer.
Na imaginação, é como se você sempre tivesse permissão para errar, e ainda por cima achar isso muito divertido. A imaginação salva todos os dias da minha vida... e nem sei como seria explicar pra alguém o que é não viver 100% dentro da realidade. Ninguém acreditaria. Esperaria respostas como:
- Você é louca!

-É... mas na realidade não é bem assim (pode substituir realidade por ‘prática’, muito usada hoje em dia).

- Você vai ver, quando isso ou aquilo acontecer, você verá que tudo muda! (Já me falaram que aos 30 anos bateria a vontade de ser mãe. Estou nos 31. Sem filhos.)

Acho que muito se tem feito para limitar a imaginação das pessoas. Outro dia vi uma ilustração: tinha uma fila de 3 ou 4 alunos em suas carteiras escolares, e acima da cabeça de cada um deles, um balão de pensamento bastante disforme. E então, a professora vinha com uma tesoura e deixava todos os balõezinhos iguais, com o mesmo formato quadrado e pequeno.
Parece-me que isso acontece desde que nascemos! Ser diferente hoje em dia, é engraçado. Todo mundo diz ‘você é muito diferente’...e as vezes é só porque pintei uma antiga geladeira de vermelho. Mas o padrão hoje é branco, ou quando se tem muito dinheiro, cromado. Então, sou louca mesmo... passaporte para o manicômio please.
Tenho uma imaginação muito grande sobre muitas coisas. Por exemplo, porque não se constroem teleféricos para as pessoas usarem para irem ao trabalho? Teleféricos de muitos quilômetros, ligando as casas, as pessoas, as empresas.
Já pensou também se conseguíssemos fazer uma ‘ola’ de buzinas de carro. Do tipo, eu começo buzinando aqui, e você 3 quilômetros a frente conclui com um lindo buzinaço? Mas buzinar é sinal de histeria, stress e impaciência. Eu não acho.
Já imaginou se quando alguém dentro de casa perguntasse ‘pegou o guarda-chuva?’ – ela estivesse se referindo ao seu meio de transporte? E você respondesse: peguei sim amor, inclusive tá abastecido... de balas, chocolates e suco de morango com leite! E você apontasse o guarda-chuva pro céu e saísse voando... pela janela claro, sem essa de sair pela porta como alguém sem imaginação.
Minha imaginação ferve... queria poder dar um bombom de presente de aniversário, e ver a pessoa emocionada verdadeiramente com o presente. Hoje em dia, o presente está diretamente ligado a seu valor de mercado. Poder dizer ‘não quero ir até a sua casa’, e ter a certeza de que o anfitrião achou minha resposta muito natural. Ele até agradeceria por compartilhar amorosamente tanta sinceridade.
Também seria bom namorar eternamente. Sem essa de seguir a regra padrão cegamente: namorar, noivar, casar na igreja (como bons cristãos fervorosos que somos. Não somos?!), ter filhos e tingir os cabelos brancos mensalmente. Se fizer sentido, acho válido. Aliás, esses dias alguém me disse que noivaria! Como saiu de moda, até achei muito ousado. Gostei.
Quero me casar todo dia, usar na mão direita minha aliança de prata (diz o vendedor) comprada numa barraquinha da praia, brigar com meu namorado reivindicando meus dias de direito (sem exceção): sextas, sábados, domingos integralmente e no mínimo! Poder vê-lo no cozinha muito à vontade com medidores, farinha, tigelas e uma bagunça gigantesca, ao invés de mantermos o padrão ‘mulheres no fogão’.
Tem que se ter imaginação, pra aguentar a realidade de que há lugares no mundo sem comida, sem água e sem o principal: amor. É preciso usar a imaginação para transformar a realidade – e ultimamente tem se visto o contrário.
Minha imaginação é mil vezes mais real que a realidade. Imagine se pudéssemos criar cenários e realidades inteiras como no filme ‘A origem’? Na verdade até podemos, mas dá trabalho, cansa, e é muitas vezes uma luta contra a maré... e outra, qual é o cartório que vai atestar que a sua imaginação é real? No máximo te darão uma cópia autenticada, e em muitos lugares, cópia não é aceita, nem a autenticada... e é assim na minha imaginação.

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